segunda-feira, 7 de outubro de 2013

QUAIS SÃO OS IMPEDIMENTOS NO CAMINHO ESPIRITUAL E COMO VENCÊ-LOS

QUAIS SÃO OS IMPEDIMENTOS NO CAMINHO 
ESPIRITUAL E COMO VENCÊ-LOS

Nossa alma está coberta por muitas capas que são as impressões acumuladas ao longo da vida. Essas impressões são gravadas em nós por todos nossos pensamentos, palavras e ações.

Se nossas ações são negativas, é como se acumulássemos manchas escuras em nossa aparência limpa. Essas manchas escuras devem ser retiradas para podermos perceber a luminosidade da alma.

As manchas podem ser causadas por pensamentos, palavras e ações que nascem da ira, da luxúria, da inveja, do apego e do ego, impedindo-nos de sentir a energia pura e o poder da alma.

Precisamos remover as capas que bloqueiam a luminosidade de nossa alma.

Para compreender isso, tomemos como exemplo a luz elétrica. O filamento que irradia a luz
está dentro de um tubo de vidro, cobertura única e fina, mas suficientemente transparente para que a luz possa brilhar através dela.

Se pusermos um abajur sobre uma lâmpada, a intensidade da luz diminuirá. Quando olharmos para a lâmpada, veremos a luz brilhando através do abajur, mas não veremos a lâmpada.

Se pusermos um pano colorido sobre o abajur, a luz ficará ainda mais fraca e assumirá a cor do tecido. Veremos menos da luz branca e brilhante emitida pela lâmpada.

Se ainda colocarmos outro tecido ou cobertura sobre o abajur; a luz ficará muito mais fraca.

Quanto mais coberturas colocarmos, menos veremos a luz.
O mesmo acontece com nossa alma.

Nossa alma brilha com um resplendor mais intenso que o de muitos sóis.
Que poder e luminosidade ela tem!

Mas está coberta por muitas capas, de ira, luxúria, inveja, apego e ego.

***

Muitos santos, místicos e filósofos do passado fizeram um esforço sistemático para analisar
seus próprios bloqueios. Eles revisavam, ao final de cada dia, seus pensamentos, palavras e ações.
Quando encontravam falhas nas diversas virtudes áticas, resolviam melhorar no dia seguinte.

Khwaja Hafiz, o místico persa, colocava uma pedrinha num jarro cada vez que cometia uma falta. Alguns dias depois, ficava aflito ao ver que o jarro estava completamente cheio.

Na Índia, alguns sábios colocavam pequenas sementes em uma jarra cada vez que cometiam uma falta, ou davam um nó em sua roupa a cada erro e, no final do dia, contavam os nós.

O cristão Santo Inácio de Loyola sugeriu que as pessoas analisassem suas faltas diariamente. Recomendava que pedissem ajuda a Deus para poderem se lembrar de todas as vezes que tinham cometido uma determinada falta diariamente e que deviam pedir perdão a Deus e cuidar para não tornar a cometer essa mesma falta no dia seguinte.

Examinar nossas faltas é como olhar em um espelho, para ver as manchas que temos. Se fizermos uma lista das diferentes categorias de virtudes, tais como não-violência, veracidade, pureza, humildade e serviço abnegado e se todos os dias contarmos o número de faltas que cometemos, em pensamento, palavra e ação, em cada uma dessas categorias, teremos um perfil dos obstáculos que nos impedem de devolver o poder a nossa alma.

Não devemos fazer essa auto-análise com a idéia de nos punir, mas para melhorarmos no dia seguinte.

Esse exercício não deve servir para alimentar a depressão e reduzir a auto-estima; ao contrário, a análise deve ser um instrumento para ajudar-nos a ver quais áreas precisamos trabalhar para alcançarmos nossa meta espiritual.

Conhecendo nossa verdadeira condição com relação a nossos bloqueios atuais, tomaremos
medidas para eliminá-los. Podemos manter um registro e acompanhar, continuamente, nosso
progresso, propondo-nos a eliminar totalmente nossas faltas nas várias categorias de virtudes.

Não deveríamos esperar eliminá-las todas de uma vez. Mudar leva tempo. É difícil livrar-nos dos velhos hábitos. É normal que nosso progresso seja gradual. Podemos começar com mudanças progressivas, uma duas, três ou quatro melhoras por categoria ao dia ou podemos começar procurando melhorar em uma só categoria por vez.

Não importa como o façamos, contanto que cada dia nós tenhamos alguma melhora. Para escalar uma montanha é necessário fazê-lo passo a passo. Se pensarmos que vamos voar alto instante, ficaremos desiludidos e desalentados, porque estabelecemos metas irreais.

Em vez de desanimar e abandonar o esforço, é melhor avançarmos passo a passo e progredirmos gradativamente.

Chegará o dia em que veremos que reduzimos as faltas em muitas categorias, sem percebermos.

Comecemos analisando onde estamos.
Sejamos sinceros em nossa auto-avaliação.

Se ocultarmos nossas limitações, ninguém mais além de nós, sairá prejudicado.
Atrasamos nosso progresso ao ignorarmos nossas faltas.

Quanto mais honestos formos em identificar essas faltas, mais rapidamente poderemos corrigi-las e começar a eliminá-las.

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