quinta-feira, 4 de setembro de 2014

ELYZA AYRES - UMA JORNADA DE REDESCOBERTA - Parte III

ELYZA AYRES - UMA JORNADA DE REDESCOBERTA - Parte III
26.08.2014


Parte II

Uma Surpreendente Mudança de Direção


Quando voltei da Grã-Bretanha, mudei de tal forma que eu não podia sequer começar a entender. De repente, minha vida como uma mulher casada, morando em casa, não era tão gratificante. Eu comecei a fazer perguntas a mim mesma... E então eu recebi uma mensagem canalizada de alguns Seres de Luz que basicamente me disseram que era hora de parar de me esconder.


Eu não estava vivendo a minha vida; Eu estava vivendo a vida do meu marido. Sim, ele me deixava a vontade mas ele não participava comigo em meu coração, eu sabia que teria de tomar a próxima etapa da minha jornada sozinha.


Esse sentimento cresceu ao longo dos meses de outono, inverno e primavera. Em algum momento, o meu marido participou de uma conferência e lá encontrou uma mulher com quem ele se deu bem instantaneamente. Esta pessoa era casada e morava na área da Península Olympica. Juntos, meu marido e sua nova amiga tentaram uma aproximação de amizade incluindo a mim e o marido dela. No entanto, tudo o que eu podia ver, era o quão o meu marido estava se relacionando bem com ela.


Eu não estava com ciúmes porque eu sabia que o meu marido não estava apaixonado por esta pessoa, mas ele conseguia falar de tal forma como ela como nunca tinha sido capaz de falar comigo... Mesmo antes de nos casarmos. David era muito reprimido emocionalmente, algo decorrente da sua própria educação e infância. Não houve uma verdadeira intimidade entre nós... Apenas um tipo de amizade decorrente do nosso interesse mútuo pelas montanhas. Quando isso começou a mudar, de repente, não havia muito para nos manter juntos.


Por algum tempo, na primavera seguinte, eu decidi que já tinha dado o suficiente. Eu iria para a faculdade de negócios e conseguiria um emprego. Então, eu me matriculei em um programa localizado no centro de Seattle e peguei um ônibus para chegar lá. Naquele verão, eu estava dizendo adeus para as árvores e as montanhas com as quais eu tinha passado tanto tempo caminhando e acampando.


No outono seguinte, eu tinha me mudado para Spokane, em primeiro lugar com a intenção de trabalhar com os dois canalizadores com quem eu cheguei a conhecer e nos tornamos amigos. No entanto, quando eu realmente cheguei a Spokane e vi como estes dois indivíduos interagiam como um casal, decidi que eu iria tentar conseguir o meu próprio trabalho e um lugar para viver.


Eu encontrei um pequeno porão/apartamento em uma velha casa em South Hill. Em novembro daquele ano, recebi os papéis finais do divórcio do meu marido e cai imediatamente em uma depressão profunda. Eu não tinha percebido o quanto eu o amava, mas era tarde demais. Eu estava livre. Às vezes, a liberdade vem com um preço pesado.


Eu encontrei um trabalho... E, finalmente, também encontrei alguns amigos. Continuando com a minha viagem metafísica comecei em Seattle, eu me conectei com outro pequeno grupo que estava explorando uma espécie de meditação. Sentávamos em um círculo com um facilitador e depois contávamos nossas impressões sobre o que estávamos vendo. Eu achei que eu podia ver um pouco...


No entanto, o mais importante sobre este grupo foi que eu encontrei pela primeira vez lá, os livros do movimento EU SOU. O facilitador tinha um monte de livros em uma estante em sua sala de estar. Eu perguntei se eu poderia levá-los para casa e ele disse que sim. Eu acabei os devorando... Enchendo minha cabeça com contos de St. Germain, Mt. Shasta e a Grande Fraternidade Branca e seus graus de evolução.



Enquanto eu estava em Spokane, me juntei a um grupo de caminhada e assumi a frente. Pelo segundo verão, eu estava caminhando a cada semana e comecei a ficar muito bem para quem começou tão tarde na vida (meados dos anos 30).


Eu não me lembro dos detalhes, mas logo depois, pela primavera seguinte eu tinha contatado os membros da Igreja Universal e Triunfante. Eu ansiosamente engolia os ensinos sobre os Mestres Ascensos, anjos e arcanjos. Eu escutava os ditados dados pela Messengeira Elizabeth Clare Prophet. E eu participava de algumas das sessões, na noite de quarta havia sessões de cura, sexta-feira sessão de Ascensão e domingo havia os serviços, todos realizados na sala de estar de uma casa pequena.


Eu estava sendo empurrada interiormente a fim de expandir rapidamente. Muito tarde, eu decidi participar do Encontro de Quatro de Julho realizado no campus da Summit Lighthouse perto de Malibu, Califórnia. Eu voei para Los Angeles na fé e coragem, não tendo lugar para ficar ou conhecendo algo sobre Los Angeles ou seus arredores. Enquanto esperava por um ônibus para me levar até o campus, eu conheci uma senhora que também foi assistir à conferência. Ela se ofereceu para me levar a um lugar para dormir, pelo menos no fim de semana prolongado. Tudo se encaixou no lugar assim como as coisas se encaixam quando você está destinado a estar em algum lugar...


Sim, eu dormi no chão juntamente com várias outras pessoas, mas havia um teto sobre minha cabeça e transporte para lá e para cá na conferência.


Eu era uma novata e ainda não um Guardião da Chama, é aquilo que a Igreja Universal e Triunfante chama (ou chamava) seus membros. Então, eu estava relegada a tenda dos iniciantes a fim de aprender graus simples, receber ensinamentos até que pudéssemos assistir às sessões noturnas, onde a Mensageira daria uma palestra e logo, nos era entregue o nosso discurso que vinha de um dos Mestres Ascensos.


Meu primeiro discurso foi do Arcanjo Rafael. De acordo com alguns dos meus instrutores/anfitrião aquilo deveria significar alguma coisa... O que exatamente eu ainda não posso dizer...


Nos dias seguintes, fui batizada e, logo depois eu tive uma "memória" estranha vindo a mim... Sobre ser a Chama Gêmea de Stephen, o Mártir. Eu senti um intenso amor de Jesus e muitos outros Mestres que foram entrando na minha consciência, pela primeira vez nesta vida, St. Germain, Serapis Bey, Kuthumi, e outros. E os Arcanjos e suas magníficas Arquéias (as contrapartes femininas)... para mim o Arcanjo Miguel se destacou de longe. Eu não entendi o "por que", assim que eu O conheci e coloquei um cartão com Sua foto no meu novo livro de grau.


Esta conferência foi totalmente obscura de novas sensações, conhecimento e sabedoria chegavam à superfície em erupção na minha mente egoica confusa. Antes de eu ir para casa, eu soube que a próxima sessão da Summit University, sereia realizada em Montana, no Rancho Royal Teton, localizado ao sul de Livingston, Montana e ao norte do Parque Nacional de Yellowstone. Em meados de setembro, eu me vi tendo que sair do meu emprego e vender a maior parte de meus pertences e me mudar para o Rancho Royal Teton. Eu passei os próximos dois anos lá e um total de quatro anos e meio como uma Guardiã da Chama. Foi uma experiência de mudança de vida para mim. Eu nunca mais seria a mesma pessoa que eu era antes.


O Rancho Royal Teton


Para alguém que nunca esteve em Montana, é difícil imaginar a enormidade da terra e dos céus. "Os Grandes Céus de Montana", não poderia ser mais verdadeiro esse ditado. O terreno é vasto e de grandes extensões e ainda são relativamente vazios de pessoas, cheio de grandes ranchos, vilas, fazendas, altas montanhas, rios turbulentos e grandes lagos. Enquanto eu dirigia até Montana em um dia nublado de setembro, eu não tinha ideia no que eu estava me metendo... Mais uma vez. Eu era aquela que gostava de arriscar e se esquecer sobre as consequências de não seguir o padrão de uma vida "normal". O espírito interno era muito exigente e eu estava aprendendo a obedecer aos seus desejos.


Quando eu cheguei no "Rancho", encontrei os alojamentos que parecia ser uma dispersão de trailers velhos de exploração de minérios. Eu tive que dividir um quarto com outras duas mulheres e dormir em um beliche. Desnecessário será dizer que as minhas expectativas cairão pelo chão. Isso não ia ser um piquenique no bosque; muito pelo contrário. Seria uma luta para sobreviver nos próximos dois anos.


O meu "trabalho" estava no Escritório de Construção. Desde que eu tinha algumas habilidades de escritório, eu poderia ser uma funcionária. Eu nunca tinha certeza de que eu estava fazendo ali, mas compartilhava o espaço do escritório com homens indo e vindo em diferentes postos de trabalho. O Rancho foi sendo transformado em uma eventual sede da Igreja Universal e Triunfante.


O clima de Montana foi outro choque. O Rancho era situado no rio Yellowstone, em cerca de 5.000 metros de altitude, nas profundezas das Montanhas Rochosas. Embora inicialmente seca, ficou muito frio lá nos meses de inverno. O outono durou duas semanas, com as folhas douradas do choupo e do álamo que pareciam estar em chamas contra as encostas rochosas escarpadas do vale íngreme e logo, abruptamente caindo no chão. As primeiras neves chegaram em outubro e em novembro, as temperaturas caíram para a faixa de menos 1 grau, estava frio o suficiente para fazer seus bigodes congelar enquanto caminhávamos rapidamente entre os edifícios.


Ainda considerada uma "novata", eu colei os meus graus com um pequeno grupo em uma sala separada daqueles que foram considerados "funcionários" e outros Guardiões da Chama que entravam para as sessões, especialmente à noite e nos fins de semana.


A rotina era cansativa. Tínhamos que levantar às 5 da manhã, nos lavar, nos vestir e ir para as aulas por pelo menos uma hora e meia antes do café da manhã; logo depois o café da manhã era servido em um refeitório - você tinha que comer qualquer coisa que estava sendo servida; depois íamos para "trabalho", o que quer que se consistia para cada pessoa. Por volta de meio-dia, era hora do almoço, todos paravam então para comer e depois voltavam ao trabalho. Por quatro anos, isso foi renunciar o tempo, só então, é que você poderia ir "para casa", se limpar e se vestir para a sessão da noite. Em seguida vinha o jantar, e logo mais íamos para as sessões... Às vezes durando até altas horas se houvesse alguma mensagem a ser entregue para alguém naquela noite. Nós trabalhávamos meio dia no sábado e, então tínhamos a tarde para fazer o que quer que tivéssemos que fazer para o jantar e para as próximas sessões durante a noite.


As sessões eram uma espécie de mantra falado de maneira rítmica muitas vezes bastante rápida... A palavra Fulgor seria uma boa descrição para as sessões feitas pelos altos membros. As sessões foram baseadas nos Sete Raios de Deus: Azul (Índigo) para o Primeiro Raio, o Arcanjo Miguel, El Morya; Chohan Rosa, Segundo Raio, o Arcanjo Samuel, Paulo, o Veneziano... E assim por diante. Qualquer curioso querendo saber mais pode ir ao site da Summit Lighthouse. Eles ainda têm uma editora e vários grupos de estudos espalhados em todo o mundo.


Além da oportunidade de aprender sobre os Mestres Ascensos, me estava sendo dada uma educação de primeira classe no orgulho espiritual e o abuso de poder. No momento em que eu cheguei ao Rancho, eu ainda não havia encontrado pessoalmente a Mensageira, Elizabeth Clare Prophet. Eu tive a oportunidade de dirigir alguns de seus telefonemas para seu escritório que estava nas proximidades do centro de acolhimento, em uma pequena cabana na entrada do terreno do Rancho. Esperavam que eu cobrisse a recepcionista na ocasião. Um dia, eu consegui pegar alguns telefonemas da Mensageira. Reconhecendo a voz do outro lado, eu fiquei um pouco estranha no telefone e me atrapalhei um pouco com a conexão. Por isso, recebi uma bronca e não me deram mais autorização a atender ao telefone. Logo no início, eu achei que a Elizabeth Clare Prophet não foi muito agradável pessoalmente.


Enquanto seus seguidores atribuíram essa irritabilidade da Elizbeth Clare Prophet estar ligada "ao Raio Azul", eu pensei que fosse outra coisa. Ela era apenas rude e arrogante. Comecei a questionar a validade de parte do material que ela afirmou que fosse proveniente dos Mestres Ascensos. E quando ela atribuído vidas "passadas" de grande glória para vários membros da sua própria família, eu comecei a entender o conceito de arrogância espiritual ou orgulho. Não havia humildade naquela mulher, algo que existe em plenitude dentro dos mestres REAIS.


Depois de alguns meses de trabalho brutal, eu fiquei mal com algum tipo de gripe forte. Eu acabei deitada na minha cama (inferior do beliche, para que eu não caísse) em um estado febril, mal comendo ou bebendo durante dez dias. Quando eu finalmente me levantei da minha cama, eu estava tão fraca como um cordeiro recém-nascido, mal conseguia andar ou falar. No entanto, eu me senti como se tivesse renascido em um novo ser. Exatamente o que estava sendo formado, precisava ainda ser descoberto.


Eu tinha vivido no Rancho por um ano antes que a primeira Summit University fosse aberta. Estudantes de todo o mundo participaram. Havia alemães, suecos e britânicos, um casal de pessoas da América do Sul e de várias partes dos Estados Unidos. E agora que eu era estudante, eu era obrigada a me mudar para outra residência, ainda um outro trailer de mineração, mas desta vez localizado bem longe do Rancho ao norte.


Nós viajamos de ônibus para as sessões e café da manhã, e depois aulas por mais três meses. Em algum momento do inverno ou início da primavera, eu sabia que a minha saúde estava se esvaindo. Eu estava extremamente cansada e experimentando dores estranhas por todo o meu corpo, especialmente onde havia um grupo de gânglios linfáticos. Minha garganta estava inchada o tempo todo e às vezes eu sentia uma febre baixa. Certa vez, eu acordei de um sono perturbado imersa em suores noturnos e fiquei extremamente deprimida. Ainda assim, tanto quanto eu podia, eu assisti às aulas, às sessões e ao resto.


Na primavera, eu estava perdendo peso. De cerca de 59 kg, eu cai para 53 kg. Enquanto que o meu peso pudesse ser considerado elegante por alguns, eu estava abaixo do peso para a minha altura, e cansada o tempo todo.


Quando meus pais me visitaram no início do verão do segundo ano, me deram uma permissão com muita relutância para passar algum tempo com eles. As relações entre os membros da família e os membros da Igreja não eram incentivadas. Todos aqueles que viessem de fora não eram considerados por "eles", e aqueles que estavam dentro eram declarados como sendo "escolhido por Deus". Soa familiar? Era um culto, nada menos, nada mais. E lá estava eu sozinha, em um lugar selvagem, com um monte de gente legal... Não me admira que a maioria dos meus parentes tenha aquela altura, me considerado como sendo bastante estranha, até mesmo demente.


Eu estava totalmente e completamente envolvida em estar lá no Rancho. Na verdade, eu queria permanecer como um membro da equipe, mas no final do meu segundo verão, me foi negado esse privilégio e acabou que me disseram que eu precisava sair do Rancho.


Este pequeno evento pessoal ocorreu ao mesmo tempo em que os incêndios em Yellowstone chegaram ao sul do Rancho, parte do qual beirava o limite norte do Parque. Quando eu saí do Rancho, os incêndios ainda estavam queimando; nós estávamos respirando fumaça por mais de dois meses. De vez em quando, olhávamos com fascinação conforme os grandes incêndios corriam até um cume enviando nuvens de fumaça para o céu, até que o mundo fosse obscurecido pela fumaça e cinzas. Isso era um ambiente adequado para o que senti naqueles dias...


Minha vida parecia ser composta de um choque atrás do outro. Aqui estava outro surpreendente rumo de acontecimentos, mas no final, aquele que me ajudou a me libertar finalmente da influência que a Igreja e sua cultura tinha sobre mim. Ainda assim demoraria um ano ou mais para que eu me libertasse completamente.


Enquanto eu dirigia meu carro lotado de motivos do Rancho, através da porteira aberta de gado em direção da rodovia Gallatin, eu sussurrei para mim mesma: "Eu sou livre!"


Nunca foi tão verdadeiro... Eu senti um desprendimento enorme, mas como eu escrevi acima, a Igreja ainda tinha suas garras em minha carne e isso demorou um tempo para me livrar dessa influência.


Qual será a próxima? Eu dirigi para a casa dos meus pais em Seattle e depois para a casa da minha irmã mais velha, em British Columbia. Eu ainda era uma estranha em uma terra estranha. Você tem que lembrar que eu tinha vivido em uma cultura propositadamente fechada por um período de dois anos contínuos e estava em uma condição física frágil, agora pesando apenas 53 quilos.


A reação da irmã mais velha, a minha presença foi reveladora. Depois de passar uma tarde fazendo a preparação de alimentos, assando pão e fazendo o jantar para a família, nós nos sentamos para comer na mesa. No gozo do momento, alguém tinha esquecido de deixar a luz acesa para minha irmã que estava no ensaio do coral ou algum outro evento no começo daquela noite. E quando ela chegou em casa e abriu a porta, ela olhou para nós o que passava por uma familiar completa e em unidade, sua irmã (eu), o namorado dela e dois filhos, em silêncio jantando. Ela enlouqueceu.


Não há outra palavra para isso. Ela enlouqueceu completamente. O choro, gritos e sons agudos continuaram por literalmente horas. Pela primeira vez na minha vida, eu não reconhecia aquele ser que era para ser uma querida irmã mais velha. Transpondo esse fato, no entanto, foi no dia seguinte, quando nós duas fomos para Victoria para uma viagem de compras, ela suspendeu completamente o ato furioso e se comportou como se nada incomum tinha acontecido. Eu estava chocada. Querendo ou não minha irmã estava possuída por entidades ou apenas emocionalmente desequilibrada, eu estava determinada a ir embora. E assim eu fiz. Era o início de abandonar o que tinha sido uma grande família no momento que eu estava crescendo. Eu não tinha escolha no assunto. Não era seguro para eu estar em torno dela, então eu deixei British Columbia, e dirigi para a casa dos meus pais...


Algumas semanas mais tarde, eu encontrei refúgio na casa de um amigo em Spokane e passei o outono, inverno e primavera lá. Até o mês de junho, eu estava novamente em Montana...


A história continua na Parte IV, novos desenvolvimentos; novos Rumos



Autor: Elizabeth Ayres Escher (aka Tazjima Amarias Kumara)
Fonte: http://www.bluedragonjournal.com
Tradução: Sementes das Estrelas / Maria Dantas - mariadantas2@hotmail.com



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